quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Saga Laxdæla




Saga Laxdæla



A saga Laxdæla é uma saga islandesa escrita no século XIII, por volta de 1230 a 1260. Seu conteúdo refere-se às pessoas que habitaram a área islandesa Breiðafjörður no final do século IX até o começo do XI. Particularmente, a saga enfoca em um triângulo amoroso entre Guðrún Ósvífrsdóttir e Kjartan Ólafsson and Bolli Þorleiksson. Kjartan e Bolli cresceram juntos como grandes amigos, mas o amor deles por Guðrún causou não apenas discórdia entre eles, mas também suas mortes. A saga Laxdæla ainda é popular, sendo muito apreciada por sua beleza poética e comoção.

Como outras sagas islandesas, o autor de Laxdæla é desconhecido. No entanto, devido ao seu caráter inusitadamente feminino, especula-se que tenha sido escrita por uma mulher. O notável conhecimento do(a) autor(a) em relação a locais e circunstâncias na área Breiðafjörður mostra que ele(a) deve ter vivido no oeste da Islândia. Em diversas ocasiões, a saga nitidamente cita outras fontes escritas, o que demonstra que, provavelmente, o(a) autor(a) era conhecedor(a) de várias fontes históricas escritas. Por exemplo, duas vezes houve referência aos escritos de Ari Þorgilsson, uma à perdida saga Höllusonar e outra à saga Njarðvíkinga. Apesar disso, as fontes principais do(a) autor(a) devem ter provido de tradições orais, as quais ele/a adaptou a seu modo.








O prelúdio da saga Laxdæla se inicia na Noruega no final do século IX, conforme o hersir Ketill Flatnose e seus filhos deixam a Noruega a fim de fugir da tirania de Harald Halfdansson, conhecido como Harald Fairhair. A saga então foca particularmente na filha de Ketill, Unnr, A Profunda (Unnr the Deep-Minded), figura matriarcal que viaja para a Escócia, Orkney e Ilhas Féroe (Faroe Islands) antes de tomar terras no oeste islandês, em Breiðafjörður. Descreve-se também a morte digna de Unnr e seu funeral nórdico (ship burial).




Harald Fairhair



O próximo personagem a ser enfocado é o goði Höskuldr Dala-Kollsson, bisneto de Unnr. Ele viaja para a Noruega procurando madeira para a construção de sua casa. Lá, ele adquire uma escrava cara, porém muito bela e muda. Ele também encontra o rei Hákon, O Bom (Haakon the Good), que o presenteia com madeira, bem como um anel e uma espada. A seguir, Höskuldr viaja de volta para a Islândia. Höskuldr a sua escrava têm um filho chamado Olaf, posteriormente conhecido como Olaf, O Pavão (Olaf the Peacock). Um dia, Höskuldr se depara com seu filho, que até então tinha 2 anos de idade, e sua escrava conversando em voz alta. Höskuldr então diz à ela que não fingisse mais e por fim dissesse seu nome. Ela revela que é Melkorka, filha do rei Mýrkjartan da Irlanda, e que foi mantida em cativeiro quando tinha 15 anos.

Olaf, O Pavão, torna-se um homem bonito e bem comportado. Quando atinge a idade de 18 anos, viaja para o exterior. Primeiro ele vai para a Noruega, onde presta os devidos respeitos ao rei e jura proteção a sua mãe, Gunnhildr. Quando Gunnhildr descobre que Olaf quer viajar para a Irlanda a fim de procurar pelo seu avô, ela ordena que um navio seja preparado para ele, oferecendo-o uma tripulação de 60 homens. Então, Olaf parte para a Irlanda, mas acaba com seu navio em uma área desfavorável, distante de qualquer porto. De acordo com as leis irlandesas de encalhamento, os irlandeses locais clamam posse sobre o navio. Olaf, fluente em irlandês, se recusa a entregá-lo. Os irlandeses então tentam tomá-lo a força, mas os homens de Olaf resistem e sucedem.

Coincidentemente, o rei Mýrkjartan se encontrava em uma região próxima e aparece na cena. Olaf conta a ele que é filho de Melkorka, sua filha, oferecendo um anel de ouro da própria como prova. Mýrkjartan havia presenteado Melkorka com o anel, e, conforme ele o analisa, seu rosto se avermelha, por fim reconhecendo Olaf como de sua própria linhagem. Olaf e seus homens são bem-vindos e passam o inverno com o rei, lutando contra os invasores. Mýrkjartan oferece a Olaf a herança de sua coroa, mas ele a rejeita e viaja de volta para casa.

A jornada de Olaf no exterior trouxe grande reconhecimento a sua pessoa, estabelecendo-se por fim na Islândia. Ele se casa com Þorgerðr Egilsdóttir, filha de Egill Skallagrímsson. Olaf e Þorgerðr têm vários filhos, incluindo o promissor Kjartan. Quando Höskludr morre, ele dá a Olaf, seu filho ilegítimo, o anel e a espada que o rei Hákon o presenteou. Entretanto, o meio-irmão de Olaf, Þorleikr, se ofende com tal ato. Visando fazer as pazes com seu irmão, Olaf, portanto, se oferece a adotar o filho de Þorleikr, Bolli, "pois ele quem cria uma criança de outro é sempre considerado como o menor dos dois".

Finalmente, Guðrún Ósvífrsdóttir é introduzida, sendo descrita como a "mulher mais bela que já cresceu na Islândia, sendo também não menos inteligente". Guðrún tem sonhos que a preocupam. Um sábio parente interpreta seus sonhos dizendo que Guðrún terá quatro maridos: que ela se divorciará do primeiro, mas os outros três morrerão. Decerto, Guðrún se casa com seu primeiro marido aos 15 anos, sendo ele um homem com quem ela pouco se importa. Ela o faz vestir uma camisa decotada e acusa-o de vestir roupas femininas, conseguindo, assim, o divórcio. O segundo casamento de Guðrún é feliz, porém de curta duração, visto que seu marido se afoga.



Monumento a Guðrún Ósvífrsdóttir em Helgafell.



Guðrún Ósvífrsdóttir viveu em Helgafell, lugar onde se encontra seu túmulo.
De acordo com a lenda local, um desejo será realizado a qualquer um que ande 3 vezes no sentido anti-horário ao redor de seu túmulo e então subir o morro sem pronunciar uma palavra, olhar para trás, ter pensamentos ruins ou contar o pedido a alguém.



Kjartan e Bolli crescem juntos como irmãos e a afeição entre eles "é tanta que ambos sentiam que algo estava faltando quando o outro estava ausente". Em breve, Kjartan e Guðrún se conhecem e começam a passar tempo juntos e são considerados um belo casal, até que ele e Bolli decidem viajar para o exterior. Guðrún, no entanto, fica aborrecida com isso e pede a Kjartan para levá-la junto. Kjartan se recusa, lembrando-a que ela tem responsabilidades domésticas. Ele pede que ela espere por ele por três anos, mas Guðrún se recusa também. Sendo assim, Kjartan parte em desacordo com a amada.

Após a viagem, Kjartan e Bolli chegam em Nidaros (atual Trondheim), Noruega, e descobrem que lá houve uma mudança de governadores. O arco-pagão jarl Hákon foi morto por Olaf Tryggvason, que ascendeu ao trono querendo difundir o cristianismo o máximo possível. Vários islandeses proeminentes aportados em Nidaros são então proibidos de navegar, porque eles se recusam a adotar a nova religião. Os irmãos Kjartan e Bolli resolvem não se converter também e Kjartan acaba sugerindo incendiar os aposentos do rei com ele dentro. Eventualmente, porém, Kjartan cede ao rei e se enternece por todos os islandeses em Nidaros que são batizados.



 O jarl Haakon, assassinado por Olaf Tryggvason
(Christian Krohg)



O rei Olaf prossegue com repetidos atentados contra o paganismo, procurando agora converter a Islândia pagã em cristã. Como ele continua se deparando com resistências, ele decide apreender Kjartan e diversos outros filhos de islandeses proeminentes como reféns na Noruega, forçando assim a conversão. Contudo, Bolli consegue escapar e viaja de volta para a Islândia. Ele conta a Guðrún que Kjartan está detido pelo rei Olaf e que ela não deveria esperar pelo seu retorno nos próximos anos. Ele também diz a ela que Kjartan se tornou muito amigo da irmã do rei, Ingibjörg - o que é verdade. Assim, Bolli pede a mão de Guðrún em casamento e, apesar de muito relutante, ela se casa com ele.

Novidades, enfim, chegam na Noruega relatando que a Islândia se converteu. Dessa forma, o rei Olaf gratifica Kjartan permitindo sua saída. Kjartan visita Ingibjörg pela última vez e ela o presenteia com um cocar bordado, dizendo que ela espera que Guðrún Ósvífrsdóttir "aprecie usar esse acessório em sua cabeça" e que Kjartan deveria entregar a Guðrún como presente de casamento. No entanto, Kjartan, quando chega na Islândia, descobre que Guðrún já está casada com Bolli. Frustrado e rancoroso, ele acaba encontrando uma outra bela mulher, cujo nome é Hrefna. Ao avistá-la tentando colocar um adereço em seu cabelo, ele diz: "eu não acho que seria uma má ideia se ambos, o adereço e a moça, pertencessem a mim". Então, Kjartan a presenteia com o acessório dado por Ingibjörg e se casa com ela.



 Kjartan e Hrefna



Bolli tenta recuperar sua amizade com Kjartan oferecendo a ele alguns cavalos como presente. Kjartan recusa terminantemente, ainda alimentando seu rancor. Em um banquete, Kjartan insiste que Hrefna se sente  em um alto posto ao seu lado. Guðrún, que costumava ter essa honra, enrubesce. Mais tarde, Kjartan descobre que sua espada fora roubada, tendo, ulteriormente, sido encontrada em um pântano sem a bainha. Suspeita-se que o irmão de Guðrún seja o ladrão. Kjartan fica colérico frente a esse evento, mas seu pai, Olaf, o persuade tratando tal acontecimento como muito trivial para desavenças. Em um outro banquete,  porém, o adereço de Hrefna desaparece. Quando Kjartan chama Bolli para tratar do assunto, Guðrún revela que "mesmo que seja verdade que alguém aqui esteja envolvido no desaparecimento do adereço, na minha opinião eles não fizeram nada além de pegar o que certamente já lhes pertencia".

Kjartan, não suportando mais os insultos, reúne alguns homens e juntos se direcionam até a fazenda de Bolli,  posicionando guardas em cada porta da casa. Ele impede todo mundo de sair da casa por três dias, forçando os moradores a se renderem. Posteriormente, ele humilha Bolli e Guðrún ao impedir a venda de uma terra que eles pretendiam comprar.

Guðrún, revoltada, incita seus irmãos a atacarem Kjartan. Eles então planejam espiá-lo e Guðrún pede a Bolli que vá com eles. Ele se recusa, lembrando a ela que Olaf, O Pavão, o adotou, além de Kjartan pertencer a linhagem de seu pai adotivo. Guðrún então declara que, caso ele não os acompanhe, ela se divorciará dele. Bolli cede.

Os irmãos de Guðrún acabam encontrando Kjartan com outro companheiro. Eles os atacam, enquanto Bolli assiste. Vendo que, apesar de estarem em maior número, eles não conseguem se sobrepor a Kjartan, eles gritam reforço a Bolli, enfatizando que haverá consequências graves a todos eles caso Kjartan escape. Bolli então desembainha sua espada e investe contra Kjartan. Ao ver que seu próprio irmão estava para atacá-lo, Kjartan larga sua arma e Bolli o acerta com um golpe mortal. Bolli o segura nos braços, imediatamente arrependido, enquanto Kjartan morre.



Durante eras, as pessoas acreditam que Kjartan fora assassinado neste local.



Os assassinos de Kjartan são processados e julgados na assembleia local. Os irmãos de Guðrún são condenados ao exílio, mas Bolli, alvo de compaixão de Olaf, O Pavão, demanda que, em vez de ser exilado, ele pague uma multa. Os irmãos de Kjartan ficam ultrajados com a leniência de seu pai e dizem que eles enfrentarão muitas dificuldades para viverem no mesmo distrito que Bolli.

Olaf morre três anos após a morte de Kjartan. Agora, sua viúva, Þorleikr, incita seus filhos a vingarem a morte do irmão. Ela relembra-os de seus renomados ancestrais e diz que o avô deles, Egill, certamente não teria falhado na vingança de um homem como Kjartan. Incapazes de resistir aos insultos da mãe, os irmãos planejam um ataque. Partindo com um grupo de dez cavaleiros, incluindo sua mãe, eles encontram Bolli e Guðrún em uma pastagem. Um homem chamado Helgi Harðbeinsson investe um golpe crítico em Bolli e um dos irmãos de Kjartan fende sua cabeça. Helgi limpa sua lança no xale de Guðrún e esta, por sua vez, sorri. Helgi observa que sua "própria morte se encontra embaixo do fim desse xale".



 Guðrún sorri para Helgi




Guðrún dá à luz a um filho e, em homenagem ao pai, o nomeia Bolli Bollason. Quando Bolli completa 12 anos de idade, Guðrún mostra a ele e seu irmão mais velho as vestimentas manchadas de sangue que seu pai vestia quando fora assassinado. Eles então dão início a um plano de vingança e, um tempo depois, empunham a espada de seu pai, matando Helgi. Eventualmente, o ciclo de matança e vingança esgota-se e Bolli e seu irmão fazem as pazes com os irmãos de Kjartan.

Bolli Bollason viaja para o exterior e passa uma boa impressão ao rei Olaf Haraldsson da Noruega. Ele então viaja para Constantinopla, onde é reconhecido como um membro da Guarda Varangiana (Varangian Guard - unidade de elite do exército bizantino). Guðrún se casa pela quarta vez, mas seu marido, assim como o segundo, se afoga. Quando idosa, se torna freira e anacoreta. O último capítulo da saga relata a conversa entre Bolli e Guðrún. Bolli quer saber quem dos maridos sua mãe mais amou. Guðrún responde listando os quatro e suas qualidades diferentes. Bolli diz que isso não era uma resposta para sua pergunta e a pressiona. Finalmente, Guðrún responde: "eu fui a pior pessoa para quem eu mais amei".

A saga encontra-se conservada em inúmeros manuscritos, estando o mais antigo deles contido completamente no Möðruvallabók, datado em meados do século XIV. Há também cinco fragmentos velinos, o mais antigo deles datado de aproximadamente 1250, e diversos outros manuscritos mais recentes, alguns dos quais são essenciais para a crítica literária da saga.




Möðruvallabók



Acadêmicos têm dividido os manuscritos em dois grupos, o grupo Y, que inclui o Möðruvallabók, e o grupo Z, que inclui o fragmento mais antigo. A maior divergência entre os grupos é que o Y contém um adendo de dez capítulos da saga. Esses capítulos, porém, não foram escritos pelo(a) autor(a) original e são considerados como um trabalho à parte, o Bolla Þáttr Bollasonar. Outra diferença entre os grupos é que o furto da espada de Kjartan é narrada de duas formas diferentes. Todavia, a maioria das diferenças entre os manuscritos é uma variação mínima de dicção.




Mapa da região da saga Laxdæla



Pelo número extenso de manuscritos, a saga Laxdæla parece ter sido altamente prezada pela Islândia medieval, perdendo apenas para a saga Njáls, que possui maior número em fragmentos velinos. Ainda assim, a recepção dessa saga continua calorosa em tempos modernos. Guðbrandur Vigfússon, um dos maiores acadêmicos escandinavos do século XIX, comenta a respeito: "Essa, a segunda apenas em tamanho das sagas islandesas, é talvez também a segunda em beleza. Ela é a mais romântica de todas, repleta de comoção". Similarmente, Thorstein Veblen, sociólogo e economista americano, observa também que a saga é convencionalmente considerada como "aquilo de beleza poética e de alto mérito literário".



Fonte:

Laxdaela saga



Saga disponível online (inglês):

Icelandic Saga Database

Laxdaela Saga by Muriel A. C. Press

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Crônica Anglo-Saxã







A Crônica Anglo-Saxã (Anglo-Saxon Chronicle) é uma coleção de anuais em inglês antigo (Old English) que croniquiza a história dos anglo-saxões. O manuscrito original da Crônica foi produzido no fim do século IX, provavelmente em Wessex, durante o reinado de Alfred, O Grande (Alfred the Great), que durou de 871 até 899. Cópias múltiplas foram feitas da obra original, as quais foram distribuídas aos monastérios por toda a Inglaterra, sendo independentemente atualizadas. Em um desses casos, a Crônica continuou ativamente atualizada até 1154.

Nove manuscritos foram conservados por inteiro ou parcialmente, apesar de nem todos terem igual valor histórico nem serem a versão original. O mais antigo parece ter sido iniciado no fim do reinado de Alfred, ao passo que o mais recente foi escrito no monastério de Peterborough (Peterborough Abbey) após um incêndio no mesmo em 1116. Quase todo o material contido na Crônica está em forma de anual.O primeiro foi datado em 60 d.C. (a data do anual para a invasão de César), tendo o material histórico tido continuidade até o ano em que a Crônica fosse produzida. Esses manuscritos são coletivamente chamados de Crônica Anglo-Saxã.



(Acesse o site para um tour virtual)



A Crônica não apresenta narração imparcial, pois, quando comparadas com outras fontes medievais, nota-se que os escribas omitiram alguns eventos ou contaram apenas um lado da história. Há também lugares que contradizem versões diferentes. No entanto, a Crônica é a fonte de documento histórico mais importante desse período inglês, narrando os eventos entre a evasão dos romanos e as décadas da conquista normanda. Muito das informações dadas nessas obras não se encontram em nenhum outro documento. Ademais, os manuscritos são também fontes importantes da história da língua inglesa. O manuscrito de Peterborough, por exemplo, é um dos primeiros exemplos do inglês médio (Middle English) que existe.



Manuscrito Peterborough


Além da importância documental histórica e linguística, a Crônica também apresenta valor literário. Inseridos em vários momentos desde o século X, os poemas em inglês antigo celebram figuras reais e seus feitos. Como exemplos, temos A Batalha de Brunanburh (The Battle of Brunanburh, 937), que narra a vitória do rei Æthelstan sobre as forças vikings, escocesas e bretãs de Strathclyde, e cinco poemas: O Aprisionamento das Cinco Vilas (Capture of the Five Boroughs, 942), A Coroação do Rei Edgar (The Coronation of King Edgar, 973), A Morte do Rei Edgar (The Death of King Edgar, 975), A Morte do Príncipe Alfred (The Death of Prince Alfred, 1036) e A Morte do Rei Edward, O Mártir (The Death of King Edward the Confessor, 1065).


Sete dos nove fragmentos e manuscritos sobreviventes se encontram na Biblioteca Britânica (British Library). Os dois remanescentes estão na Biblioteca Bodleian, em Oxford, e na Biblioteca Parker da Universidade Corpus Christi, em Cambridge.



Lugares onde várias crônicas foram escritas (amarelo) e onde atualmente se encontram (verde).



Fonte:

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Snorri Sturluson




"Snorri Sturluson"
Christian Krohg



Snorri foi um historicista, poeta e político islandês nascido em 1179. Ele morreu no dia 23 de setembro de 1241, tendo sido eleito duas vezes como "presidente" (inglês: lawspeaker) do parlamento islandês, o Althing. Foi o autor da Edda em prosa (Prose Edda), a qual é composta pelo Gylfaginning (uma narrativa da mitologia nórdica), pelo Skáldskaparmál (um livro poético) e pelo Háttatal (uma lista de formas de verso). Ele também foi o autor do Heimskringla, uma história de reis noruegueses que começa com uma lenda da saga Ynglinga (Ynglinga Saga), percorrendo os primórdios da história medieval escandinava.

Por motivos estilísticos e metodológicos, Snorri também é considerado como o autor da saga de Egil (Egil's Saga). Acredita-se também que ele tenha sido o descendente do grande poeta e herói dessa saga, cujo nome é Egil Skallagrímsson. Quando tinha três anos de idade, Snorri foi entregue a Jón Loptsson, o chefe tribal mais influente da Islândia, em Oddi. Com ele, Snorri adquiriu um grande conhecimento da tradição islandesa, bem como uma abrangente perspectiva do cenário europeu.



Banheira de Snorri, datada por volta de 1210.
A casinha é um túnel que dá acesso a fazenda de Snorri, em Reykjaholt.
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Em 1199, Snorri casou-se com uma rica herdeira, adquirindo, assim, terras e poder. Em 1206, ele mudou-se para Reykjaholt, onde a maioria de suas obras foram produzidas, entre 1223 e 1235. Durante os anos de 1215 - 1218 e 1222 - 1232, ele foi "presidente" da corte islandesa. Em 1218, Snorri foi convidado a visitar a Noruega pelo próprio rei Haakon IV.

Na visita aos noruegueses, Snorri se envolveu com política. Ele convenceu Haakon que ele poderia se tornar o rei da Islândia e, então, tornar-se vassalo do próprio Haakon. Sendo assim, Snorri retornou para a Islândia em 1220, mas, nos anos conseguintes, sua relação com Haakon se deteriorou e, em 1241, Snorri foi assassinado a comando dele.



 "Håkon the Good" (Håkon, O Bom)
Peter Nicolai Arbo



Seus escritos, no entanto, prevaleceram ao longo do tempo, apresentando caráter fluido e formalmente convincente. A Edda em prosa, por exemplo, é um livro poético, no qual Snorri transmite lendas da mitologia nórdica de uma forma envolvente. Ele também explicou a dicção ornamentada dos antigos bardos escandinavos (skaldic poets), além da grande variedade de versificação usada pela poesia escandinava e nos versos éddicos (Eddic verse). Snorri também escreveu uma biografia do Santo Oláf da Noruega, a qual ele incluiu no Heimskringla, uma história dos reis noruegueses, a partir da descendência lendária do deus Odin até Magnus Erlingsson (1184).

Snorri baseou o Heimskringla em histórias prévias, mas muito do material foi de autoria própria. Ele particularmente prezava os poemas transmitidos oralmente dos eventos descritos, selecionando as tradições poéticas que expressavam tanto a autoridade e o reflexo dos políticos contemporâneos quanto a natureza humana. Sua geniosidade se encontra justamente nesse poder de percepção crítica historicista e imediatista dramática.







Como historicista e mitólogo, Snorri é memorável por ter proposto a teoria (na Edda em prosa) de que deuses mitológicos tiveram sua origem humana. Isto é, os funerais de reis e líderes guerreiros teriam se desenvolvido ao ponto de se tornarem verdadeiros cultos. Visto que as pessoas, quando iam à batalha ou passavam por momentos difíceis, recorriam a esses cultos, eles começaram a venerar tais figuras. Eventualmente, o rei ou guerreiro foi sendo lembrado mais como uma divindade do que um humano propriamente. Ele também propôs que havia um paralelo entre as tribos e respectivos deuses, pois, quando as tribos batalhavam entre si, acreditava-se que os deuses de cada qual também o estivessem. Quem conseguisse a vitória, teria seus deuses mais fortes.



Edda



Heimskringla



De certa forma, Snorri contribuiu no cenário político mesmo após a sua morte. Seus escritos puderam ser usados como suporte aos reis posteriores no que concerne a veneração e extensão de seus reinados. Ulteriormente, Heimskringla tornou-se importante para a independência nacional e identidade norueguesas. Desde o século XX até atualmente, o reconhecimento dos islandeses em relação a Snorri tem sido composta de abordagens históricas, adotadas quando eles queriam estreitar as relações com a Dinamarca, tendo ainda de lidar com um forte sentimento nacionalista. A fim de sustentar tais abordagens, Snorri e outros islandeses de seu tempo são vistos como presentistas (o que se opõe a eternista), estando na base de conceitos que vieram a existir apenas séculos depois, tais como o estado, independência, soberania e nação.

Entretanto, a importância de Snorri persiste no fato de que, sem suas obras, a possibilidade de entrever  as correntes filosóficas e sociológicas vivenciadas pelo Norte Europeu pagão, inclusive das tribos germânicas e outros povos em geral, seria mais limitada ainda. Em tempos obscuros, nos quais a informação era escassa, os escritos de Sturluson provêm informações e indicações referentes a pessoas e eventos que influenciaram os habitantes da Escandinávia, Inglaterra, Escócia, Irlanda e outras regiões.



"Snorri Sturluson"
Gustav Vigeland




Fonte:

Snorri Sturluson

Snorri Sturluson

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Herr Mannelig







Também conhecido como Bergatrollets frieri ("O cortejo da troll da montanha"; inglês: The courting of the mountain troll), Herr Mannelig é uma balada medieval sueca que conta a história de uma troll da montanha, a qual propõe um casamento a um cavaleiro, Sir Mannelig.

A troll tenta convencer Sir Mannelig a se casar com ela, encobrindo-o de presentes. Ele a recusa ao notar que ela não é uma mulher cristã, mas uma troll (uma "criatura satânica", sob a perspectiva medieval cristã). Ela, portanto, se desespera diante de seu fracasso, visto que Sir Mannelig teria sido capaz de livrá-la de seu tormento. Ser uma troll era uma maldição, sendo combatida apenas pelo casamento.

Abaixo, a letra em sueco e em inglês, respectivamente:

Bittida en morgon innan solen upprann
Innan foglarna började sjunga
Bergatrollet friade till fager ungersven
Hon hade en falskeliger tunga
Herr Mannelig herr Mannelig trolofven i mig
För det jag bjuder så gerna
I kunnen väl svara endast ja eller nej
Om i viljen eller ej:
Eder vill jag gifva de gångare tolf
Som gå uti rosendelunde
Aldrig har det varit någon sadel uppå dem
Ej heller betsel uti munnen
Eder vill jag gifva de qvarnarna tolf
Som stå mellan Tillö och Ternö
Stenarna de äro af rödaste gull
Och hjulen silfverbeslagna
Eder vill jag gifva ett förgyllande svärd
Som klingar utaf femton guldringar
Och strida huru I strida vill
Stridsplatsen skolen i väl vinna
Eder vill jag gifva en skjorta så ny
Den bästa I lysten att slita
Inte är hon sömnad av nål eller trå
Men virkat av silket det hvita
Sådana gåfvor toge jag väl emot
Om du vore en kristelig qvinna
Men nu så är du det värsta bergatroll
Af Neckens och djävulens stämma
Bergatrollet ut på dörren sprang
Hon rister och jämrar sig svåra
Hade jag fått den fager ungersven
Så hade jag mistat min plåga
Herr Mannelig herr Mannelig trolofven i mig
För det jag bjuder så gerna
I kunnen väl svara endast ja eller nej
Om i viljen eller ej
Early one morning before the sun did rise
And the birds sang their sweet song
The mountain troll proposed to the fair squire
She had a false deceitful tongue
Sir Mannelig, Sir Mannelig won't you marry me
For all that I'll gladly give you
You may answer only yes or no
Will you do so or no
To you I will give the twelve great steeds
That graze in a shady grove
Never has a saddle been mounted on their backs
Nor had a bit in their mouths
To you I will give the twelve fine mills
That stand between Tillo and Terno
The mill stones are made of the reddest brass
And the wheels are silver-laden
To you I will give the gilded sword
That jingles from fifteen gold rings
And strike with it in battle as you will
On the battlefield you will conquer
To you I will give a brand new shirt
The lustrous best for to wear
It is not sewn with needle or thread
But crocheted of the whitest silk
Gifts such as these I would gladly receive
If you were a Christian woman
But I know you are the worst mountain troll
From the spawn of the Neck and the devil
The mountain troll ran out the door
She wailed and she shrieked so loudly
"Had I gotten that handsome squire
From my torment I would be free now"
Sir Mannelig, Sir Mannelig won't you marry me
For all that I'll gladly give you
You may answer only yes or no
Will you do so or no






Essa balada já foi executada por diversas bandas, tais como: In Extremo, Garmarna, Hedningarna, Haggard, Heimataerde, Litvintroll, Cromdale, Annwn, Rege, Drachenflug, Schattenklang, Dunkelschön, Tamer Isli, Des Königs Halunken e Harry Schwarz. Disponibilizarei aqui algumas dessas versões:



Herr Mannelig - In Extremo (Live Raue Spree)

Herr Mannelig - Garmarna

Herr Mannelig - Haggard

Herr Mannelig - Heimataerde

Herr Mannelig - Litvintroll

Herr Mannelig - Cromdale

Herr Mannelig - Annwn

Herr Mannelig - Rege

Herr Mannelig - Drachenflug

Herr Mannelig - Schattenklang

Herr Mannelig - Dunkelschön

Herr Mannelig - Tamer Isli

Herr Mannelig - Des Königs Halunken

Herr Mannelig - Harry Schwarz

Herr Mannelig - MystTerra

Herr Mannelig - Othalan



Fonte:

Herr Mannelig

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sagas islandesas







As sagas islandesas (islandês: Íslendingasögur) são prosas que, em sua maioria, descrevem eventos que ocorreram na Islândia nos séculos X e XI, durante a tão chamada "era da saga". Seus textos compartilham algumas semelhanças com o gênero épico, utilizando aliteração em estrofes ou em poemas inteiros, incorporados à prosa. Elas são mais conhecidas como os modelos da literatura islandesa.

As sagas dos islandeses foram um fenômeno literário dos séculos XIII e XIV. Muitos dos manuscritos que preservam as sagas foram levados para a Dinamarca e para a Suécia no século XVI, mas ulteriormente retornaram à Islândia. Seu conteúdo é de caráter realista e histórico, principalmente genealógico e familiar. Elas refletem a luta e o conflito que se intensificaram nas sociedades da segunda e terceira geração dos colonizadores islandeses.

O termo saga provém do Norse, saga (plural: sögur), e significa "aquilo que foi dito" ou "história, conto".  Tem cognato com a palavra inglesa say e a alemã sagen. Acadêmicos já defenderam que as sagas clássicas foram transmitidas oralmente de geração em geração até por volta de 1200, quando os escribas as transcreveram. No entanto, a corrente acadêmica mais aceita atualmente é a de que as sagas foram obras artísticas conscientes, baseadas em tradições orais e escritas.




Eiríks saga rauða (Saga de Eric, O Vermelho), manuscrito islandês do século XVII.




Os autores dessas obras são desconhecidos. Entretanto, acadêmicos acreditam que uma delas, a Saga de Egil, foi escrita por Snorri Sturluson, um suposto descendente do herói da saga, mas isso ainda permanece incerto. Como foram baseadas em tradições orais, sua fidelidade é amiúde discutida, mas, graças a pesquisas e estudos minuciosos, é possível distinguir algumas em reais e fictícias.

Há diversos contos de reis (por exemplo, Heimskringla), do cotidiano popular (Saga Bandamanna) e da vida de personagens (como na Saga Egil). As sagas descrevem parte da história de alguns países nórdicos (como se confere no último capítulo da Saga Hervarar). Inclusive, lugares como as Ilhas Britânicas, o norte da França e a América do Norte são mencionados. Somente recentemente, no início do século XX, os contos acerca das viagens para a América do Norte foram reconhecidos como autênticos.

Atualmente, a saga ainda constitui uma parte intrínseca da identidade dos islandeses, estando inevitavelmente presente no país inteiro. Eis um documento concreto que relata a vida dos nativos durante seu período mais tumultuado, uma era na qual os vikings moldavam a sociedade do norte europeu, ao passo que o cristianismo e o paganismo disputavam entre si a soberania no sistema.




Iluminura de um manuscrito de uma saga islandesa, século XIII.
Fotografia: Bob Krist/Corbis.



Fonte:



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Swerting



Swerting (Proto-Norse: Swartingaz) foi um dos ancestrais saxões do rei Aella de Deira. Ele pode ter sido idêntico ao Swerting brevemente citado em Beowulf, no qual ele teve um afilhado chamado Hrethel, que fora avô materno do herói Beowulf.

Um Swerting também aparece em tradições escandinavas como o assassino do rei dinamarquês denominado Fróði/Frotho, que corresponde a Froda, o Heaðobard, em Beowulf. Nas tradições escandinavas, Ingeld, filho de Froda, também se apresenta sob as formas de Ingjald ou Ingellus.

As sagas Skjöldunga e a Bjarkarímur contam que o rei da Suécia, Jorund, foi derrotado pelo rei dinamarquês Fróði, que o fez um tributário e tomou sua filha. A filha deu à luz Halfdan, mas outra mulher tornou-se a esposa legítima de Fróði e o forneceu um herdeiro, chamado Ingjaldr. Junto com um de seus earls, Swerting, Jorund conspirou contra Fróði, matando-o durante o blót.


Starkad encontra Ingellus com uma dama (provavelmente a filha de Swerting). Olaus Magnus' Historia de gentibus septentrionalibus (1555).


Há também uma outra versão, presente na obra Gesta Danorum, considerando as aventuras de Starkad, a qual é baseada na história de um velho guerreiro que recomeçou o conflito entre os Heaðobards e os daneses. O rei dinamarquês Frotho (Froda) foi assassinado devido a uma traição acometida pelo saxão denominado Swerting (Swertingus), o mesmo citado anteriormente. Ingellus (Ingeld), filho de Frotho, passou a viver uma vida desregrada e acabou por se casar com uma das filhas de Swerting. Isso enfureceu tanto Starkad que ele acabou se alistando na corte do rei sueco Halfdan (Haldanus). Visto que Ingellus continuou com sua vida infrene sem cumprir seu dever, que era vingar o pai, Starkad resolveu comparecer durante um banquete, no qual ele e os filhos de Swerting (o assassino de Frotho), estavam presentes. Starkad então repreendeu Ingellus duramente e humilhou sua rainha, que tentou apaziguar Starkad com gentileza e um pedaço caro de costela. Starkad, porém, triunfou na incitação, fazendo com que Ingellus matasse os filhos de Swerting e se divorciasse da noiva saxã.



Fonte:

Swerting

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dísir e dísablót




Dísir



"The Dises", Dorothy Hardy, 1909.



Na mitologia nórdica, uma dís (inglês: lady; plural: dísir) é um fantasma, espírito ou deidade associada ao destino. Assim como as valquírias, nornas e vættir (Old Norse; singular: vættr), as dísir são quase sempre referenciadas de modo coletivo. Elas podem ser tanto bondosas quanto maléficas em relação aos mortais, podendo, inclusive, atuar como espíritos protetores de clãs nórdicos. No entanto, sua função original foi, possivelmente, aquela de deusas da fertilidade, as quais foram objeto de um culto particular, o dísablót. Sua veneração pode ter advindo do culto aos espíritos dos mortos.

Alguns acadêmicos acreditam que as dísir nortistas germânicas e as idisi (Old Saxon; singular: idis) do oeste germânico estejam relacionadas, devido a similaridades linguísticas e mitológicas, mas a evidência direta da mitologia anglo-saxã e da continental germânica é limitada. Em textos nórdicos, as dísir detêm papéis que remetem aos de figuras como as fylgjur, valquírias e nornas. Tendo isso em vista, alguns acadêmicos sugeriram que dísir seja um termo amplo, que inclui outros seres de características parecidas às dos seres citados anteriormente.

No Grímnismál, o sábio Grímnir (Odin) prevê a morte do rei Geirröðr, a qual ele atribui a ira das dísir. Neste caso, dísir foi empregado como um sinônimo às nornas:


Eggmóðan val
nú mun Yggr hafa,
þitt veit ek líf of liðit;
úfar ro dísir,
nú knáttu Óðin sjá,
nálgastu mik ef þú megir.  
The fallen by the sword                         
Ygg shall now have;                              
thy life is now run out:                            
Wroth with thee are the dísir:                
Odin thou now shalt see:
draw near to me if thou canst.           


O termo dís aparece em diversos nomes de lugares na Noruega e na Suécia. Além disso, era uma partícula comum em nomes de mulheres, como evidenciado nas runestones, e ainda o é na Islândia. A palavra se apresenta como uma primeira partícula de nomes do Old High German, tais como Itispuruc e Itislant. Sua ocorrência é mais frequente ainda em Old Norse, dado em nomes como: Thórdís, Hjördís, Ásdís, Vigdís, Halldís e Freydís.




Dísablot



"The dísablót", August Malmström.



O dísablót era o tempo sacrificial (blót  sacrifício) no qual se honrava os espíritos ou deidades femininas, designadas dísir e valquírias, de tempos pré-históricos até o advento da cristianização na Escandinávia. Seu propósito era fomentar a vinda da colheita, tendo seu culto sido citado na Saga Hervarar, Saga Víga-Glúm, Saga Egil e no Heimskringla. A celebração ainda se sustenta sob a forma de uma feira anual chamada Disting, na cidade de Uppsala, Suécia.

dísablót parece ter sido comemorado durante o Vetrnætr [inglês: Winter Nights; Old Norse: vetr  inverno, nætr (plural de nátt)  noites]. O Vetrnætr era um festival do inverno nórdico que inicialmente foi celebrado na Escandinávia pré-cristã. Snorri Sturluson, poeta, político e historicista islandês, relata que o Vetrnætr era um dos três mais importantes festivais. Esse evento também aponta o fim do verão e o início do inverno, trazendo o significado do fim da colheita e o tempo de celebração.

Em uma versão da Saga Hervarar, há uma descrição de como o sacrifício era realizado. Alfhildr, a filha do rei Alfr de Alfheim, foi sequestrada por Starkad Aludreng enquanto ela pigmentava um hörgr (altar sagrado; Old Norse; plural: hörgar) com sangue. Isso sugere que o ritual fosse realizado por mulheres, uma função que aparenta ser um papel exclusivo das sacedortisas do paganismo germânico.



Disting em Uppsala, Suécia, 2008.



Fonte: