sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Crônica Anglo-Saxã







A Crônica Anglo-Saxã (Anglo-Saxon Chronicle) é uma coleção de anuais em inglês antigo (Old English) que croniquiza a história dos anglo-saxões. O manuscrito original da Crônica foi produzido no fim do século IX, provavelmente em Wessex, durante o reinado de Alfred, O Grande (Alfred the Great), que durou de 871 até 899. Cópias múltiplas foram feitas da obra original, as quais foram distribuídas aos monastérios por toda a Inglaterra, sendo independentemente atualizadas. Em um desses casos, a Crônica continuou ativamente atualizada até 1154.

Nove manuscritos foram conservados por inteiro ou parcialmente, apesar de nem todos terem igual valor histórico nem serem a versão original. O mais antigo parece ter sido iniciado no fim do reinado de Alfred, ao passo que o mais recente foi escrito no monastério de Peterborough (Peterborough Abbey) após um incêndio no mesmo em 1116. Quase todo o material contido na Crônica está em forma de anual.O primeiro foi datado em 60 d.C. (a data do anual para a invasão de César), tendo o material histórico tido continuidade até o ano em que a Crônica fosse produzida. Esses manuscritos são coletivamente chamados de Crônica Anglo-Saxã.



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A Crônica não apresenta narração imparcial, pois, quando comparadas com outras fontes medievais, nota-se que os escribas omitiram alguns eventos ou contaram apenas um lado da história. Há também lugares que contradizem versões diferentes. No entanto, a Crônica é a fonte de documento histórico mais importante desse período inglês, narrando os eventos entre a evasão dos romanos e as décadas da conquista normanda. Muito das informações dadas nessas obras não se encontram em nenhum outro documento. Ademais, os manuscritos são também fontes importantes da história da língua inglesa. O manuscrito de Peterborough, por exemplo, é um dos primeiros exemplos do inglês médio (Middle English) que existe.



Manuscrito Peterborough


Além da importância documental histórica e linguística, a Crônica também apresenta valor literário. Inseridos em vários momentos desde o século X, os poemas em inglês antigo celebram figuras reais e seus feitos. Como exemplos, temos A Batalha de Brunanburh (The Battle of Brunanburh, 937), que narra a vitória do rei Æthelstan sobre as forças vikings, escocesas e bretãs de Strathclyde, e cinco poemas: O Aprisionamento das Cinco Vilas (Capture of the Five Boroughs, 942), A Coroação do Rei Edgar (The Coronation of King Edgar, 973), A Morte do Rei Edgar (The Death of King Edgar, 975), A Morte do Príncipe Alfred (The Death of Prince Alfred, 1036) e A Morte do Rei Edward, O Mártir (The Death of King Edward the Confessor, 1065).


Sete dos nove fragmentos e manuscritos sobreviventes se encontram na Biblioteca Britânica (British Library). Os dois remanescentes estão na Biblioteca Bodleian, em Oxford, e na Biblioteca Parker da Universidade Corpus Christi, em Cambridge.



Lugares onde várias crônicas foram escritas (amarelo) e onde atualmente se encontram (verde).



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Esbraveja como um dragão, berserkiano.