quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Snorri Sturluson




"Snorri Sturluson"
Christian Krohg



Snorri foi um historicista, poeta e político islandês nascido em 1179. Ele morreu no dia 23 de setembro de 1241, tendo sido eleito duas vezes como "presidente" (inglês: lawspeaker) do parlamento islandês, o Althing. Foi o autor da Edda em prosa (Prose Edda), a qual é composta pelo Gylfaginning (uma narrativa da mitologia nórdica), pelo Skáldskaparmál (um livro poético) e pelo Háttatal (uma lista de formas de verso). Ele também foi o autor do Heimskringla, uma história de reis noruegueses que começa com uma lenda da saga Ynglinga (Ynglinga Saga), percorrendo os primórdios da história medieval escandinava.

Por motivos estilísticos e metodológicos, Snorri também é considerado como o autor da saga de Egil (Egil's Saga). Acredita-se também que ele tenha sido o descendente do grande poeta e herói dessa saga, cujo nome é Egil Skallagrímsson. Quando tinha três anos de idade, Snorri foi entregue a Jón Loptsson, o chefe tribal mais influente da Islândia, em Oddi. Com ele, Snorri adquiriu um grande conhecimento da tradição islandesa, bem como uma abrangente perspectiva do cenário europeu.



Banheira de Snorri, datada por volta de 1210.
A casinha é um túnel que dá acesso a fazenda de Snorri, em Reykjaholt.
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Em 1199, Snorri casou-se com uma rica herdeira, adquirindo, assim, terras e poder. Em 1206, ele mudou-se para Reykjaholt, onde a maioria de suas obras foram produzidas, entre 1223 e 1235. Durante os anos de 1215 - 1218 e 1222 - 1232, ele foi "presidente" da corte islandesa. Em 1218, Snorri foi convidado a visitar a Noruega pelo próprio rei Haakon IV.

Na visita aos noruegueses, Snorri se envolveu com política. Ele convenceu Haakon que ele poderia se tornar o rei da Islândia e, então, tornar-se vassalo do próprio Haakon. Sendo assim, Snorri retornou para a Islândia em 1220, mas, nos anos conseguintes, sua relação com Haakon se deteriorou e, em 1241, Snorri foi assassinado a comando dele.



 "Håkon the Good" (Håkon, O Bom)
Peter Nicolai Arbo



Seus escritos, no entanto, prevaleceram ao longo do tempo, apresentando caráter fluido e formalmente convincente. A Edda em prosa, por exemplo, é um livro poético, no qual Snorri transmite lendas da mitologia nórdica de uma forma envolvente. Ele também explicou a dicção ornamentada dos antigos bardos escandinavos (skaldic poets), além da grande variedade de versificação usada pela poesia escandinava e nos versos éddicos (Eddic verse). Snorri também escreveu uma biografia do Santo Oláf da Noruega, a qual ele incluiu no Heimskringla, uma história dos reis noruegueses, a partir da descendência lendária do deus Odin até Magnus Erlingsson (1184).

Snorri baseou o Heimskringla em histórias prévias, mas muito do material foi de autoria própria. Ele particularmente prezava os poemas transmitidos oralmente dos eventos descritos, selecionando as tradições poéticas que expressavam tanto a autoridade e o reflexo dos políticos contemporâneos quanto a natureza humana. Sua geniosidade se encontra justamente nesse poder de percepção crítica historicista e imediatista dramática.







Como historicista e mitólogo, Snorri é memorável por ter proposto a teoria (na Edda em prosa) de que deuses mitológicos tiveram sua origem humana. Isto é, os funerais de reis e líderes guerreiros teriam se desenvolvido ao ponto de se tornarem verdadeiros cultos. Visto que as pessoas, quando iam à batalha ou passavam por momentos difíceis, recorriam a esses cultos, eles começaram a venerar tais figuras. Eventualmente, o rei ou guerreiro foi sendo lembrado mais como uma divindade do que um humano propriamente. Ele também propôs que havia um paralelo entre as tribos e respectivos deuses, pois, quando as tribos batalhavam entre si, acreditava-se que os deuses de cada qual também o estivessem. Quem conseguisse a vitória, teria seus deuses mais fortes.



Edda



Heimskringla



De certa forma, Snorri contribuiu no cenário político mesmo após a sua morte. Seus escritos puderam ser usados como suporte aos reis posteriores no que concerne a veneração e extensão de seus reinados. Ulteriormente, Heimskringla tornou-se importante para a independência nacional e identidade norueguesas. Desde o século XX até atualmente, o reconhecimento dos islandeses em relação a Snorri tem sido composta de abordagens históricas, adotadas quando eles queriam estreitar as relações com a Dinamarca, tendo ainda de lidar com um forte sentimento nacionalista. A fim de sustentar tais abordagens, Snorri e outros islandeses de seu tempo são vistos como presentistas (o que se opõe a eternista), estando na base de conceitos que vieram a existir apenas séculos depois, tais como o estado, independência, soberania e nação.

Entretanto, a importância de Snorri persiste no fato de que, sem suas obras, a possibilidade de entrever  as correntes filosóficas e sociológicas vivenciadas pelo Norte Europeu pagão, inclusive das tribos germânicas e outros povos em geral, seria mais limitada ainda. Em tempos obscuros, nos quais a informação era escassa, os escritos de Sturluson provêm informações e indicações referentes a pessoas e eventos que influenciaram os habitantes da Escandinávia, Inglaterra, Escócia, Irlanda e outras regiões.



"Snorri Sturluson"
Gustav Vigeland




Fonte:

Snorri Sturluson

Snorri Sturluson

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Esbraveja como um dragão, berserkiano.